Por que um Certificado Energético Pode Apresentar Classificações Diferentes com Base na Legislação?

Por que um Certificado Energético Pode Apresentar Classificações Diferentes com Base na Legislação?

A certificação energética é um processo fundamental para garantir a eficiência dos edifícios e promover a sustentabilidade. No entanto, muitos se deparam com uma situação aparentemente confusa: o mesmo edifício, avaliado em diferentes momentos ou em diferentes regiões, pode obter classificações energéticas distintas. A razão principal para isso está relacionada às mudanças na legislação e nos critérios técnicos utilizados para calcular a eficiência energética.

Neste artigo, vamos explicar as principais razões pelas quais a classificação de um Certificado Energético pode variar, dependendo da legislação em vigor.

  1. Alterações nas Normas Técnicas e Métodos de Cálculo

Cada vez que a legislação relativa à eficiência energética é alterada, os métodos utilizados para calcular a classe energética de um edifício podem ser revistas. Esses métodos estão intimamente ligados a uma série de parâmetros, como os materiais de construção, o isolamento térmico, os sistemas de aquecimento e refrigeração, a eficiência dos aparelhos elétricos, entre outros.

Por exemplo, ao longo dos anos, a União Europeia e os países membros introduziram novas regulamentações, como o Código de Edificação Sustentável ou atualizações na Diretiva de Desempenho Energético dos Edifícios (EPBD). Com essas mudanças, os fatores de ponderação e os limites de consumo de energia são ajustados para refletir os avanços tecnológicos e as novas metas ambientais.

Portanto, se um edifício foi certificado antes de uma mudança legislativa, ele pode ter uma classificação mais favorável em comparação com uma nova avaliação sob as normas mais rígidas.

  1. Diferenças entre as Legislações Nacionais

Embora existam diretivas e regulamentações europeias, cada país tem sua própria implementação dessas normas, podendo existir variações significativas no procedimento de avaliação energética. No caso de um Certificado Energético, as metodologias de cálculo e os limites de eficiência podem variar de acordo com as legislações nacionais ou regionais.

  1. Definições Variadas de Consumo de Energia e Emissões de CO2

O conceito de consumo de energia e as emissões de CO2 de um edifício são fatores determinantes na avaliação energética. Contudo, esses conceitos podem ser definidos e avaliados de maneira diferente dependendo da legislação utilizada. Por exemplo:

  • Em uma legislação mais recente, pode-se exigir dados mais detalhados sobre o uso de energia renovável, o que pode influenciar a classificação de um edifício.
  • Em uma legislação anterior, a avaliação pode ser baseada apenas no consumo energético total, sem considerar o impacto das fontes de energia renovável.

Essas diferenças resultam em classificações energéticas diferentes, já que edifícios que utilizam energia renovável podem ser avaliados de forma mais favorável em sistemas legislativos que priorizam a descarbonização.

  1. Atualização das Metas Climáticas e Sustentabilidade

À medida que os objetivos climáticos e as metas de sustentabilidade se tornam mais ambiciosos, a forma de avaliar a eficiência energética dos edifícios também evolui. A União Europeia, por exemplo, estabeleceu metas para reduzir as emissões de carbono até 2030 e 2050, o que resultou em uma série de ajustes nas normas de construção e eficiência energética.

A legislação mais recente pode considerar novos parâmetros, como a pegada de carbono associada à construção e operação do edifício, exigindo mais rigor nas avaliações. Como resultado, edifícios que antes eram classificados de maneira mais favorável podem receber uma classificação inferior se não atenderem a essas novas exigências de sustentabilidade.

  1. Adaptação às Tecnologias Emergentes

A certificação energética está intimamente ligada aos avanços tecnológicos e ao surgimento de novas soluções para a eficiência energética. Com o tempo, novas tecnologias, como os sistemas inteligentes de controle de energia, as soluções passivas de construção e os sistemas de energia renovável, estão se tornando mais comuns. A forma como esses fatores são considerados na avaliação energética pode variar conforme a legislação.

Por exemplo, legislações mais antigas podem não considerar o impacto de sistemas fotovoltaicos ou painéis solares térmicos, enquanto legislações mais recentes podem incorporar esses fatores no cálculo da eficiência energética, resultando em uma classificação superior para edifícios que os utilizam.

  1. O Papel da Certificação em Diferentes Períodos de Validade

O Certificado Energético tem uma validade limitada. Isso significa que, ao longo dos anos, o edifício precisa de ser reavaliado conforme a legislação mais recente. Isso pode resultar em uma mudança na classificação do edifício, uma vez que novos critérios, tecnologias e exigências entram em vigor.

Se um Certificado Energético for renovado em um período em que a legislação tenha mudado, é possível que o edifício obtenha uma classificação diferente, mesmo que não tenha sofrido modificações físicas significativas.

Conclusão

A principal razão para as diferenças nas classificações de um Certificado Energético, feitas sob diferentes legislações, está diretamente relacionada às mudanças nas normas e métodos de cálculo ao longo do tempo, bem como às variações nas exigências nacionais e nas metas climáticas estabelecidas. A constante evolução nas políticas de eficiência energética e sustentabilidade reflete-se nas metodologias de avaliação, que são ajustadas conforme novas tecnologias, padrões e regulamentações.

Portanto, para os profissionais de certificação energética, é essencial compreender as especificidades de cada legislação vigente e como elas influenciam a classificação energética dos edifícios. A adaptação a essas mudanças não só garante conformidade legal, mas também contribui para a promoção de práticas mais eficientes e sustentáveis na construção e gestão dos edifícios.

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